Há cerca de dezoito anos atrás, inscrevi-me no Crossdresser Clube de Portugal — sobre o qual já falei aqui neste blog — que foi talvez a primeira tentativa de juntar um grupo de crossdressers, então ainda muito «fechado no seu casulo», através da Internet.
Já nessa altura este grupo — que nunca se tornou numa associação formal porque isso obrigava a que os membros divulgassem a sua identidade real — tinha normas estritas de admissão. O problema principal, dantes como agora, era evitar que o grupo fosse «inundado» por fetichistas — sejam crossdressers fetichistas, sejam homens (e mulheres…) que têm o fetiche de ter sexo com crossdressers. Para manter o grupo «limpo» — no bom sentido, claro, que é o de deixar toda a gente confortável e à vontade — a única forma é passar por um processo de questionários, entrevistas e selecção, como sempre fizeram organizações como a Beaumont Society no Reino Unido, talvez um dos mais antigos e prestigiados grupos de pessoas transgénero em terras de Sua Majestade.
O Crossdresser Clube de Portugal já não existe, mas muitos dos seus membros ainda por aí andam. Deixou, isso sim, um legado — a existência de comunidades de pessoas transgénero, com necessidades sociais e de convivência em espaços seguros, sejam estes online ou, mais frequentemente, no «mundo real».
Data desta altura a primeira vez que me convidaram formalmente a saír com um grupo de amigas, com as quais já tinha passado muitas horas à conversa via Internet. Em 1997, claro, não havia Facebook — mas havia email e grupos de discussão. Sempre prometi, um dia, conseguir juntar-me a algum destes encontros.
A início, claro, não tinha coragem. Esse ano também marcou o início da minha vida de casada, e, como não me revelei à minha mulher desde o início, o meu crossdressing ficou fortemente condicionado. À medida que os anos passaram, no entanto, não tive outro remédio senão «revelar-me» — seria impossível continuar a viver na mentira, no segredo, por mais tempo.
A revelação trouxe-me a liberdade de me vestir mais vezes — em casa. Sair, nem pensar. Foram sete anos, mais ou menos, até me revelar. E mais sete anos até poder sair de casa, sozinha, às tantas da madrugada, «quando os vizinhos estão a dormir e ninguém me pode ver», nas palavras da minha mulher. Nessa altura, ela passava por fortes crises de ansiedade e cheguei a levá-la ao hospital com ataques de pânico. Drogava-se com os comprimidos ansiolíticos até ficar a dormir profundamente antes de eu sair.
Mas com a terapia, ao fim de anos, ela melhorou o controlo sobre a sua ansiedade. E, recentemente, mudou a sua atitude. Agora, como ela disse ainda na passada 2ª feira, «não é legítimo que te impeça estares com as tuas amigas».
Isto foi uma volta de 180º que me surpreendeu completamente!!
Mas voltemos à 25ª Tranny Night do passado dia 9 de Março. Estas Tranny Nights andam a ser organizadas há dois anos e um mês. Nasceram de uma «inspiração» súbita, mas, hoje em dia, como são tão regulares, é uma espécie de «espaço seguro» para quem dá os primeiros passos e que gostaria de conhecer as «veteranas» da nossa praça. Isto escrito assim soa mal! Mas a verdade é que muitas crossdressers principiantes deparam-se sempre com o mesmo problema: uma vez adquirida a auto-confiança para sairem à noite, onde ir, que seja seguro, simpático, agradável, e dê para trocar experiências?
Em países com uma comunidade transgénero sofisticada e bem estabelecida, como na vizinha Espanha, no Reino Unido, na Holanda, e, claro, nos Estados Unidos, é muito fácil encontrar espaços assim. Mesmo no frio Canadá é frequente cada cidade ter o seu grupo de crossdressers bem estabelecido, com princípios mais ou menos inspirados da Beaumont Society ou grupos semelhantes, e estão sempre a aceitar pessoas novas com um nível de seriedade e de profissionalismo. Por cá, o melhor que existe é o Grupo @mig@s, organizado pela Xaninha Santi, que, segundo a própria, reune dezenas de pessoas em todo o país, habilitadas a fazerem as entrevistas iniciais e preparar o acompanhamento das «novatas».
Isto colocado desta forma até parece que é uma espécie de maçonaria! 🙂 Mas é mesmo muito importante perceber que há grandes problemas com a palavra «crossdresser». Nos dias que correm, crossdressing é usado comumente para designar um fetiche sexual: homens que vestem lingerie feminina, seja como forma de masturbação, seja para encontrarem parceiros sexuais; da forma inversa, há um crescente número de homens que tem o fetiche complementar, ou seja, de gostarem de ter relações com homens que vestem lingerie feminina.
Os fetiches e as fantasias sexuais são a coisa mais vulgar do mundo; há quem afirme que não existe ninguém sem fantasias sexuais! No entanto, para as crossdressers como nós, há que separar o «trigo do joio», e proteger aquelas cujo propósito na vida não é atrair potenciais parceiros sexuais fetichistas, mas sim meramente manifestar fisicamente (através da roupa e dos comportamentos) a sua auto-imagem feminina. Algumas talvez quererão fazê-lo mesmo a tempo inteiro; a maioria, no entanto, só o poderá fazer a tempo parcial. Mas convém ser em espaços públicos que sejam tolerantes a esta forma de manifestação, e onde possam evitar os «predadores sexuais», que não compreendem esta separação entre os dois tipos principais de crossdressers.
Daí a importância do processo de pré-selecção!
No entanto, é preciso também haver espaços que sejam um pouco mais «abertos» ao público em geral. Isto porque as «novas meninas» também precisam de saber onde se encontrar com as «veteranas», a fim de obterem mais esclarecimentos e informação. Em Lisboa, o Bar 106 tem cumprido este propósito. As Tranny Nights não são anunciadas com muito estardalhaço, mas é relativamente fácil saber quando são. E dado o ambiente pacífico e tolerante do espaço em si, que a gerência quer preservar, é fácil evitar a entrada de quem venha com «segundas intenções».
Neste semestre, a minha mulher tem aulas todos os dias, ao contrário do que tem sido costume nos últimos dois anos, em que ela costuma ter um ou outro dia livre — e que eu invariavelmente aproveitava para fazer crossdressing. É que aos fins de semana raramente posso: os sábados são passados com a família dela, os domingos com o meu pai demente, que se sente «muito sozinho», e, quando regresso, já não há tempo para me arranjar. Restavam-me, pois, esses escassos dias da semana em que a minha mulher não tinha aulas.
Mas estava a ver as coisas muito «pretas» com o novo horário dela. Uma hipótese que via era vestir-me enquanto ela estivesse nas aulas, e ir buscá-la, lá pela meia-noite, já completamente vestida. Como seria noite cerrada, mesmo no Verão, talvez ela não se importasse muito…
No domingo passado, percorremos enormes distâncias, para um trabalho de preparação para a universidade. Na 2ª feira ela estava completamente arrasada. Depois do almoço, fomos dormir uma sesta, e eu estava a arranjar-me para ir às habituais comprinhas diárias, quando ela disse que não ia às aulas: estava demasiado cansada, e, para além do mais, não tinha feito o trabalho de preparação todo para as aulas, pelo que ia baldar-se.
Estava eu a vestir o casaco para sair e disse, «Bem, tudo bem, assim posso fazer um pouco de crossdressing…»
E nisto ela, para meu completo espanto, acrescenta: «Sim, e podes lá ir ter com as tuas amigas, hoje é a 2ª segunda-feira do mês, não é?»
Eu fiquei completamente estupefacta!! Acho que nem respondi nada! Nunca imaginei que ela se fosse lembrar de uma coisa dessa!
Lá fui fazer as comprinhas, ainda meio atarantada, e regressei a casa, mandando uma mensagem à Xaninha que era capaz de estar a acontecer um milagre… mas não queria criar expectativas… nunca se sabe, à última da hora a minha mulher podia mudar de ideias de novo.
Regressei e retirei um dos meus vestidos favoritos do armário, que, ironicamente, foi comprado há uns dois anos salvo erro, já com a intenção de o usar uma vez na Tranny Night. Não o vesti muitas vezes, pois a minha mulher depois fica a gozar comigo o tempo todo. Nas palavras dela, «É como ter a minha própria Beyoncé em casa… e eu abomino a Beyoncé!» E lá me fui arranjando. Como já nem sequer estava a contar em alguma vez ir à Tranny Night, muito menos fazer crossdressing nessa semana, levei eternidades, não tinha nada preparada…
Como levo tanto tempo a arranjar-me, nos dias em que há possibilidade de fazer crossdressing, normalmente é de manhã que tomo banho, faço scrubbing, rapo a barba bem rentinha, depilo as sobrancelhas, etc. o que poupa logo imenso tempo. Por vezes, nos dias antes, lavo a cabeleira, limpo sapatos, vou à manicure… enfim, tudo o que possa fazer para me poupar tempo depois!
Mas na 2ª feira até as minhas unhas estavam uma desgraça. Há duas semanas estavam lindíssimas e compridas, mas, inevitavelmente, uma delas partiu-se, por isso lá tive de as cortar rentinhas e deixá-las crescer de novo… ainda falta um bocadinho para terem o tamanho que gosto… por isso lá tive de voltar às postiças, que já não uso há imenso tempo, porque hoje em dia dá-me muito menos trabalho pintar as unhas normais do que colocar postiças (até porque também têm de ser pintadas!).
Como era uma noite especial, também levei pestanas falsas… enfim, conclusão, em vez das 3 horas do costume… levei 4!
Mas mesmo assim achei que valia a pena lá ir. A Xaninha avisou-me que também não estaria lá a horas. Por isso, confirmei com a minha mulher que ela não tinha mudado de ideias, e lá fui para o carro, convenientemente estacionado à porta de casa, para minimizar os riscos. Há sempre quem me veja na rua, mas, até hoje, nunca levei nenhum comentário…
Eu sabia onde era o Bar 106, já passei à frente dele várias vezes, mas nunca tinha entrado lá. Estacionei relativamente longe, porque aquela zona é péssima para estacionar; nunca consegui perceber porque é que as «zonas da noite» têm a tendência para serem sempre em sítios impossíveis! Pronto, há excepções: aprendi hoje que a zona da Expo parece que também tem uma boa actividade nocturna, e pelo menos aí há lugares com fartura — nos parques de estacionamento pagos, bem entendido. Mas no Príncipe Real só há um parque pago, e é longíssimo.
Conclusão, acabei por ficar um pouco baralhada com as ruas. Para cúmulo, o meu telemóvel anda meio avariado (não é meu, é da empresa, que mudou de operador, mas ainda não recebi o novo… o que tenho tem sete anos e meio e ainda funciona) e perdi quase todos os contactos, pelo que não pude confirmar a morada. Também, por burrice, esqueci-me de meter o contacto da Xaninha no telelé.
Por isso não tive outro remédio senão entrar noutro bar e pedir direcções!
Felizmente, a zona do Príncipe Real, à noite, está a tornar-se no bairro LGBT de Lisboa por excelência. Ninguém me chateou na rua. Houve quem me perguntasse depois se estava muito nervosa e ansiosa… Na verdade, não. Há sempre um momento de intensa ansiedade quando saio de casa, em que estou com a adrenalina toda aos pulos! Mas depois de entrar no carro, acalmo-me. A partir daí, ganho confiança, e é como se houvesse um certo «destacamento» — tenho muita dificuldade em exprimir-me melhor que isto, mas é como se a parte de mim que é a Sandra «tomasse o controlo» e a parte de mim que não é fique numa espécie de «cadeira de co-piloto» em que observa mas não participa. Isto escrito assim parece muito esquisito, e na realidade soa tão estranho porque tenho muita dificuldade em exprimir o que realmente sinto que acontece! Para quem tenha praticado meditação budista, sabe perfeitamente do que estou a falar; para o resto das pessoas, lamento, mas não me é possível pôr isto em palavras simples que façam sentido…
Seja como for, o que significa, na prática, é que não sinto propriamente ansiedade, ou vergonha, ou nem sequer medo — excepto o medo natural de uma mulher que anda sozinha na rua às tantas da noite — mas as coisas «acontecem» mais ou menos de forma natural.
Lá encontrei, pois, o Bar 106, e fui logo recebida pelo porteiro com um grande sorriso — o que foi uma excelente maneira de apresentar o ambiente do bar! O espaço é minúsculo, estava cheio a abarrotar, mas indicaram-me a mesa onde estava o resto do pequeno grupinho. Acho que não me reconheceram logo. A Xaninha é imediatamente reconhecível, embora as fotografias não lhe façam juz — não só é muito mais bonita que nas fotos, ela tem complexos porque parece gorda nas fotografias mas não é, e tem uma pele impecável que a faz vinte anos mais nova!
Depois dos inevitáveis cumprimentos e apresentações — tínhamos também uma segunda novata no grupo, que aparecia, tal como eu, pela primeira vez — lá tentámos, o melhor que podíamos, conversar no meio da barulheira toda. É que nessa noite decorria uma festa de aniversário! Explicaram-me que normalmente o Bar 106 é um pouco mais calminho às 2as. feiras. Esta era claramente uma excepção!
Penso que já me fartei de elogiar, por essa ‘net fora, quão bom era o ambiente do Bar 106. Sim, trata-se de um bar LGBT-friendly, sem discriminar absolutamente ninguém. O ambiente é deliberadamente agradável e simpático, não de «engate» ou de «confusão». Tanto é assim que tenho a certeza que a maioria das pessoas que lá estava não era LGBT de todo; vão lá apenas porque o ambiente é bom, é pacífico, e não chateiam ninguém — e não se chateiam com ninguém, por mais «bizarro» que seja (e a verdade é que as pessoas mais bizarras éramos nós…).
Mas são simpáticos! Não só o staff, que, segundo consta, é do melhor que por aí anda. Tinham uma DJ de serviço à festa, que também cantava bastante bem, com um sotaque inglês bastante curioso (não era uma pronúncia portuguesa). A simpatia, no entanto, não se limita de todo ao staff, mas também à frequência.
Ao fim de algum tempo apareceu logo alguém que se pediu para juntar à nossa mesa e, muito delicada e educadamente, estava com curiosidade sobre nós, e queria saber um pouco mais sobre o nosso grupo. Mas fez isto de forma extremamente polida! Satisfeita a curiosidade, voltou para o seu próprio grupo, no meio da confusão. Um outro, realizador de cinema, andava com ideias para fazer um documentário sobre crossdressing em Portugal, e ainda conversou algum tempo sobre isso. Eu já tinha sido «avisada» desses «planos» pela Xaninha, pelo que não me descaí — para já, tal coisa está fora de questão, porque as crossdressers, regra geral, não querem estar expostas ao grande público.
De resto, ninguém nos incomodou, pelo contrário, não haviam sequer olhares subreptícios, tratavam-nos como todas as restantes pessoas. Isto dá-nos imensa auto-confiança, por sermos tão respeitadas! O Bar 106 é uma pequena janela para um mundo melhor, onde pessoas de todos os feitios, gostos, orientações, estilos de vida, etc. podem conviver em conjunto — sem discriminação — e divertir-se à brava sem se sentirem desconfortáveis uns com os outros!
A dada altura, um dos aniversariantes pediu-nos se podia tirar uma fotografia connosco. Mas não foi algo de excepcional: tinha feito o mesmo com outras pessoas dentro do bar. Era apenas uma forma simpática dos frequentadores serem ainda mais inclusivos: ninguém fica de fora, todos participam, com muita alegria e descontracção, em todas as actividades. Parece que isto é regra geral. Sempre gostava de saber, no entanto, por onde é que essas fotos pairam… 🙂
Falando em fotos, aproveitou-se depois para fazer as tradicionais fotos de grupo. Consta que já há uma rotina estabelecida — sentadas, frente ao espelho, frente ao cortinado. Embora estejamos um pouco numa época em que existe uma certa sobrecarga de imagem (milhões e milhões de fotografias tiradas todos os dias e colocadas na ‘net), acho que, no entanto, no caso das Tranny Nights, há um propósito que me parece digno: é o de mostrar a potenciais futuras participantes nesta actividade de que se trata de um grupo de gente normal, divertida, bem-disposta, sem complexos, sem «segundas intenções», que vai ali para se divertir, conversar um pouco (quando a música o permite!), passar um bom bocado juntas, mais nada que isso.
Senti-me um pouco a bebé do grupo — embora não pareça nas fotos, a média de idades era uns vinte anos acima da minha 🙂 Isto também deve ser visto como um pretexto que não há limite de idade para uma pessoa se divertir, para fazer crossdressing, para se entreter num ambiente agradável.
Quando chegou a hora de nos irmos embora, ainda ficámos num pequeno grupinho à porta do bar, uma hora e tal à conversa 🙂 Acho que se há alguma coisa que todas temos em comum, para além do crossdressing, é gostarmos de falar pelos cotovelos 🙂 No Príncipe Real, àquela hora, num dia de semana, com o frio que estava, não estava muita gente na rua, mas a maior parte ignorava-nos completamente, ou davam-nos precisamente o mesmo tratamento do que qualquer outra pessoa. Talvez realmente este pequeno quarteirão antigo de Lisboa esteja mesmo a dar um exemplo de tolerância ao resto do país. Também acredito que as crossdressers pacíficas sejam já tão comuns naquele bairro que já não sejam novidade. Em certa medida, isto são tudo sinais muito positivos de que há alguma mudança no ar!
Mas dizem-me para ser cautelosa, não é assim em todo o lado. O que posso dizer é que foi uma experiência francamente positiva. Mas eu até hoje, sempre que saí e que estive à vista do público em geral, sempre tive experiências positivas. Há dois anos atrás, passeando na rua sozinha no Algarve, ainda atraí alguns olhares mais «perturbadores», mas a verdade é que não passou disso mesmo: olhares. Já no Carnaval não aconteceu nada disso. Mas também não devo julgar a minha experiência como sendo representativa da realidade nacional: não nos podemos jamais esquecer da Gisberta.
E pronto! Cumpri uma promessa feita há 18 anos atrás. Levou tempo… sou pior que o primeiro-ministro a cumprir as minhas obrigações e compromissos 🙂
E a partir de agora, é esperar para ver o que acontece: se a minha mulher se mantém neste novo estado de mais tolerância e liberdade, ou se se arrepende de tudo e volta a trancar-me a sete chaves… só o tempo o dirá. Mas tenho alguma esperança no futuro.
Pode ser também que o facto de eu ter começado a pedir tratamento psicológico para a depressão e ansiedade a tenham motivado a ser um bocadinho mais tolerante para com as minhas necessidades de estar com as minhas amigas, pelo menos de vez em quando. Ou pode ter sido apenas coincidência. Nunca o saberei. O que interessa é que aproveitei a oportunidade o melhor que pude, e estou muito grata a todas — desde a minha mulher, que me deixou ir a esta Tranny Night, a todas as meninas que estavam presentes e que tornaram a noite extremamente agradável, mas também a todas as minhas amigas que, nos tempos mais recentes, me têm dado uma quantidade de apoio e carinho ao qual não estou habituada, e que muito me comove…
Muito obrigada a todas que tornaram possível esta noite memorável!